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domingo, 19 de fevereiro de 2012

23 anos de uma conquista inesquecível!

Há 23 anos,nesta mesma data de 19 de fevereiro, o Bahia conquistava um dos seus maiores títulos: o bicampeonato brasileiro. Naquela tarde,em Porto Alegre,empatamos com o Internacional,depois de termos vencido a primeira partida da decisão na antiga Fonte Nova. Apesar de tanto tempo passado,as lembranças permanecem vivas.

Aproveito esta data para parabenizar a todos os meus companheiros daquela equipe inesquecível e a toda imensa Nação Tricolor. Parabéns!!!!!!

Bobô

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Presenças ilustres

É muito importante para o futebol baiano ter como treinadores dos seus maiores clubes dois ex-jogadores que conquistaram o mundo inteiro com o talento e o comprometimento . Toninho Cerezo já fez sucesso no Estado com o próprio Vitória, em 1999, e Falcão tem agora a oportunidade de voltar a treinar um grande clube como o Bahia. 

Cerezo já fez alguns bons trabalhos e já abraçou a carreira de treinador. Fico na torcida para que Falcão emplaque de vez como técnico e que o sucesso que ele venha a ter no comando do Bahia sirva para que ele siga a carreira sem mais interrupções.

Tive o privilégio de trabalhar com ele em 1993, quando eu jogava no Internacional e ele era o meu treinador. Conheço, portanto, a sua metodologia como treinador e acredito, inclusive, que ela tenha evoluído de lá para cá. Vejo que a cara mais ofensiva que ele está dando ao time do Bahia já vem caindo no gosto da torcida e espero que ele tenha muito sucesso.

O torcedor que é acostumado a ver os treinadores gritando, xingando e gesticulando muito na área técnica durante os jogos, não vai ver isso com Falcão, porque ele é muito sereno. E naquele momento do jogo, pouca coisa, entre tantos gritos e gestos, é aproveitada pelos jogadores. A maioria joga para a plateia. E é muito importante, até para acalmar os comandados, ter um treinador mais tranquilo na beira do campo. 

Bobô

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Lamentando a perda de um grande amigo: Ézio

Super Ézio nos tempos de Fluminense
Lamento muito o falecimento do ex-atacante Ézio, que jogou comigo no Fluminense. Além de ter sido um grande jogador, era um grande amigo. Mantínhamos contato até recentemente e trocávamos, inclusive, informações sobre futebol. Ele tinha apenas 45 anos de idade e lamento muito essa perda precoce de um grande ser humano.

Ézio e Bobô juntos no time do Flu em 1991
Ele foi um grande ídolo do Fluminense na década de 1990. Graças ao narrador Januário de Oliveira, passou a ser conhecido como Super Ézio e era muito identificado com a torcida tricolor, que, tenho certeza, que também está lamentando muito essa perda. Chegamos juntos ao clube em 1991 e formamos uma  dupla ofensiva bem lembrada pelos cariocas.

Vai deixar saudade. Que a família tenha todo conforto nesse momento. 
 Bobô
Veja abaixo um vídeo de um jogo Fluminense x Palmeiras, quando Bobô marcou um dos gols e Ézio, outro.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Futebol baiano passa por momento muito importante

O futebol baiano está passando por um momento muito importante. Desde 2003, quando o Bahia foi rebaixado para a Série B, o Estado não conta com seus dois maiores representantes juntos na Primeira Divisão. No ano passado, quando o tricolor conseguiu o acesso, o rubro-negro decepcionou e caiu. Agora, neste final de semana, a dupla deu passos importantes para que o maior clássico do Norte-Nordeste possa acontecer na Série A de 2012. Se o Vitória subir e o Bahia permanecer o futebol baiano estará muito mais fortalecido, lembrando que cinco anos atrás os rivais estavam juntos na Série C.

No Bahia, a irregularidade ainda preocupa, mas nos 25 minutos finais contra o São Paulo, quando conseguiu sair de um placar adverso de 3 a 1, para um triunfo por 4 a 3, o time deu uma demonstração de garra impressionante. Atropelou, voltou a ser o Bahia do passado, que fazia a torcida só ir embora da Fonte Nova quando a partida acaba, pois tinha fé de que o time reverteria as situações adversas. Poderia ser sempre assim. Mas o resultado dá esperança para a permanência e que tenha um próximo ano mais produtivo, errando menos nas contratações.

Já no lado do Vitória, no jogo de sexta-feira, quando goleou o Salgueiro, por 5 a 1, finalmente a torcida jogou ao lado do time. Até então, os torcedores estavam um tanto descrentes e afastados do Barradão, mas nesta partida deram uma demonstração de apoio e os jogadores responderam muito bem. O rubro-negro entrou no G-4 e agora só depende dele para subir. Uma grande vantagem é que o momento do time é muito melhor do que os dos adversários diretos, que já tiveram muitos pontos à frente.

Bobô

terça-feira, 20 de setembro de 2011

A ausência de um clube baiano na segunda fase da Série D reflete problemas do futebol na Bahia e na região Nordeste

Quando o Bahia de Feira desbancou o Vitória e conquistou o Campeonato Baiano, eu achei que, neste ano, o Estado poderia ter um representante subindo para a Série C do Brasileiro. No entanto, não foi o que aconteceu e tanto Bahia de Feira quanto Vitória da Conquista não conseguiram nem passar da primeira fase, em um grupo que teve o Coruripe, de Alagoas, e o Treze, da Paraíba, como classificados. Isso mostra que os clubes baianos, bem como os outros da região Nordeste, ainda estão atrasados, principalmente na questão de abertura do clube para os sócios e alternância de poder. E isso se reflete em campo. 

Times de dono parecem coisas do passado, mas ainda é o que mais se vê no Nordeste do Brasil. Enquanto isso, a Série A tem apenas dois clubes da região (Bahia e Ceará), com riscos de queda, a Série B tem seis (Náutico, Sport, Vitória, Asa, Icasa e Salgueiro) e equipes muito tradicionais como o Fortaleza e o Santa Cruz estão nas séries ainda mais inferiores. 

No caso da Série D deste ano, o Bahia de Feira tinha um time muito bom e bem treinado durante o Campeonato Baiano, tanto que ganhou o título, mas faltou poder econômico para segurar o elenco vencedor e perdeu quatro dos seus principais jogadores. O meia Bruninho foi para o Cruzeiro e o goleiro Jair, o meio-campista Diones e o atacante João Neto foram para o Bahia. E as reposições não deram o resultado esperado. Já o Vitória da Conquista começou muito mal e só reagiu quando já estava eliminado. Ainda venceu o Bahia de Feira e contribuiu para a eliminação do time feirense.

É preciso que os clubes baianos e nordestinos se modernizem, com administrações que tragam ideias novas e, ao mesmo tempo, não demonstrem apego ao cargo. Que os sócios tenham direito de escolher seus dirigentes e que a permanência de determinados grupos no poder estejam condicionadas ao mérito e à competência de suas gestões e não mais à falta de opção. Quando isso acontecer, planejamento será palavara-chave no vocabulário dos nossos dirigentes e os clubes da nossa região terão mais chances de competir com os das outras.

Bobô

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Holyfield: um herói

O ex-pugilista baiano Reginaldo Holyfield, uma figura muito querida por todos os conterrâneos, por causa do seu jeito alegre, brincalhão, ganhou ainda mais simpatia nesta quinta por causa do seu ato de bravura e coragem, de invadir a casa da irmã em chamas, para salvar os sobrinhos. Ele não mediu esforços. Não pensou nas queimaduras. Apenas agiu. Seguiu o coração. Que atitude humana!

Exceção feita à Tribuna da Bahia, que ressaltou o ato heroico de Holyfield, estranhei o fao de ter visto a cobertura da imprensa (pelo menos onde eu vi) baseada mais no nível das queimaduras sofridas pelo ex-boxeador do que pela nobreza da sua atitude, digna de medalha. Tenho certeza que a irmã dele, mãe das crianças que estavam na casa incendidada, será eternamente grata por ver alguém se arriscar de tal forma para proteger seus filhos. Quem é pai, como eu, entende muito bem o que isso significa.

Torço pela pronta recuperação dele e tenho certeza que Holyfield sairá dessa situação ainda mais vitorioso do que na época dos ringues.

Bobô

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Neymar e a Vila Belmiro

Posso estar enganado, mas Neymar, na minha opinião, não tem conseguido atuar tão bem fora de casa quanto quando joga na Vila Belmiro. No estádio santista, o atacante tem brincado de jogar bola. Ele atua se divertindo, claramente, e encantando a torcida. No entanto, não joga com tanta desenvoltura quando sai de casa.

Na Seleção, a diferença das atuações de Neymar, com relação àquelas com a camisa do Santos, é ainda maior. No time paulista, Neymar é realidade e principal astro, mas na Seleção ainda é promessa. Ainda precisa fazer muito para consolidar seu espaço. No jogo contra o Bahia, em Pituaçu, o atacante comprovou isso. Fez boas jogadas, um gol de pênalti, mas não conseguiu ser consistente durante todo o jogo. 

Bobô

O Bahia ainda precisa jogar tão bem dentro de casa como joga como visitante

O Bahia já encontrou uma forma interessante de jogar fora de casa, neste Brasileiro, encarando de igual pra igual até as melhores equipes. Em Pituaçu, por outro lado, ainda tem dificuldades para superar até os mais fracos. É preciso identificar o que vem causando essa diferença de postura a depender do local do jogo.

Além disso, será uma tarefa para René Simões conseguir criar um padrão único de jogo para não haver essa queda de rendimento quando o Bahia joga em casa, porque os pontos conquistados longe de Salvador são muito importantes, mas o tricolor precisa se garantir com bons resultados como mandante. O importante é se fazer respeitar e se impor em casa, para conquistar os pontos que façam o time subir na classificação. Contra o Santos, o Bahia jogou muito bem, mas não conseguiu vencer.

Bobô

A Seleção Brasileira sente a falta de um camisa 9

A Seleção Brasileira não encanta desde o Mundial do ano passado na África do Sul, segue com derrotas em amistosos e eliminação nas quartas-de-final da Copa América, e sente falta de um camisa 9, que sempre fez a diferença em favor dela. Basta lembrar que nos dois títulos mundiais mais recentes, a equipe contava com um atacante fora de série, embora em 1994 tenha usado a 11. Romário e Ronaldo não faziam apenas gols. Jogavam muito e colocavam medo nos adversários, com o senso de improvisação, o raciocínio rápido, a visão de jogo, explosão e habilidade.

Luis Fabiano poderia ser o centroavante da Seleção, mas possui características muito diferentes das de craques como Romário e Ronaldo. Adriano também não é esse jogador, embora tenha grandes qualidades. Hoje vemos muitos atacantes talentosos, de velocidade, que jogam fora da área, ou outros com presença de área e finalizadores. A dificuldade está em encontrar estes nomes que consigam aliar todas essas características, como Romário e Ronaldo bem faziam.

Uma Seleção sempre conta com um grupo talentoso, mas que precisa de, pelo menos, um ou dois (o 9 e o 10) acima da média. Hoje, é um desafio para o treinador encontrar uma forma de jogar sem esse legítimo centroavante. Uma alternativa seria a volta de Ronaldinho Gaúcho, que vem jogando muita bola, e Kaká, para chamarem a responsabilidade e passarem tranquilidade para jovens como Leandro Damião buscarem seu espaço.

Bobô

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Lourinho deixa saudade

Lamento muito o falecimento de Lourival Lima dos Santos. Para nós, o Lourinho, uma pessoa tão querida, que teve uma grande convivência conosco quando eu era atleta e que tem uma grande história de vida, dedicada em grande parte ao Bahia. Assim como o querido Alemão (roupeiro durante muitos anos do clube), ele encarnou toda a mística de ser tricolor.

Além disso, Lourinho compartilhou conosco importantes conquistas. Nos meus grandes títulos e momentos no Bahia ele sempre esteve presente. E ele sempre teve toda aquela irreverência, aquele jeito peculiar de ser. Assim como Alemão, ele faz muita falta para o clube, deixando muita saudade em mim e em todas as pessoas que reconheceram as suas qualidades.

Lembro que, no Brasileiro de 1986, nós entramos em campo contra o Palmeiras, na Fonte Nova e Lourinho entrou junto conosco, todo tricolor, com aquela bata típica e com uma folha de arruda, mas tinha galho também e ele foi para o vestiário receber os jogadores do Palmeiras, com cipoadas. Eles ficaram atordoados, mas depois que se recuperaram deram um monte de tapas nele. Eles passaram o jogo todo perguntando se aquilo fazia passar mal, principalmente o atacante Mirandinha, e a gente aproveitava e dizia que fazia mal mesmo que eles precisavam fazer uma limpeza logo depois.

Lembranças como essa nos fazem sentir ainda mais saudade dele.

Bobô

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Ouros da casa

Hoje o Bahia conta com vários jogadores conhecidos e de qualidade reconhecida, alguns inclusive já passaram pela Seleção Brasileira, o que serviu para o time ganhar uma consistência maior. Muito se fala, portanto, nos jogadores consagrados, a exemplo de Carlos Alberto e Ricardinho, mas dois jogadores que vieram da base merecem o reconhecimento: Ávine e Marcone.

O lateral Ávine deixou de ser inconsistente, irregular e passou a ter mais objetividade, preservando as qualidades que já eram notadas desde quando chegou ao clube, como a habilidade e a velocidade. Marcone, embora não apareça tanto para a torcida, por causa da posição, tem fundamentos que só os meias possuem. É um dos poucos volantes do Brasil que tem a capacidade frequente de finalização com a bola rolando.

É importante que esses dois atletas sejam sempre reconhecidos pelo clube e pela torcida. E é preciso esse espaço que foi dado pelo Bahia aos dois seja também dado às novas revelações, como o atacante Rafael, o meia-atacante Maranhão, e o lateral Madson, que podem ser muito úteis para o grupo principal e trarão para o clube um ganho financeiro além de técnico também. Por tudo isso, o Bahia precisa ter um olhar de muito cuidado com todos eles.

Bobô   

quinta-feira, 26 de maio de 2011

A chegada de um novo armador para o Bahia


Há muito tempo o Bahia não contratava um meia-armador com as características de Ricardinho. O último foi Robert, em 2004. Foram sete anos, com meio-campos formados por volantes marcadores e meia-atacantes, ou com armadores revelados pelo próprio clube, como Elias e Danilo Rios, que ainda não tinham a devida experiência.

Fiquei feliz com a notícia porque acredito que Ricardinho pode ter muito a acrescentar à equipe do Bahia, principalmente se ele tiver Morais ao seu lado no meio-de-campo. Com Ricardinho no time, o futebol de Ávine tende a crescer muito, pois ele tem o costume de municiar os laterais-esquerdos, com frequência. Jóbson é outro que deve ser beneficiado com a presença do pentacampeão.

Resta saber se ele ainda irá conseguir acompanhar o ritmo dos companheiros, para que o time não fique lento, e também suportar a sequência de jogos para não acontecer o mesmo que houve com Robert, que foi muito bem durante toda a Série B de 2004, mas caiu de produção na reta final.

Ainda falando sobre o Bahia, não entendi a contratação de Nikão, principalmente dobrando o salário que ele recebia no Vitória. Ele é um jogador de futuro? É. Mas é futuro para o Atlético Mineiro. De imediato, ele é um bom chutador, pega muito bem na bola de longe, mas não deverá ser titular, servindo apenas como alternativa, mas para quem?

Também não compreendi a queda de prestígio do atacante Rafael, que foi a principal revelação do estadual, mas não vem mais entrando nas partidas. Ele tem muito a crescer com a convivência com um jogador experiente e da classe de Ricardinho e deve ser mais aproveitado.

Bobô

terça-feira, 19 de abril de 2011

Como é difícil a vida de treinador

Nesta quarta-feira (20/4), o Bahia enfrenta o Atlético Paranaense, disputando uma vaga entre os oito melhores da Copa do Brasil e, logo depois, no domingo (24/4), joga a primeira semifinal do Baiano contra o maior rival, Vitória. O treinador René Simões acabou de chegar ao clube e já teve que tomar uma decisão muito difícil e importante: escalar o time completo no Paraná para disputar a sequência da Copa do Brasil e correr o risco de perder jogadores lesionados para o final de semana, ou poupar a equipe, diminuindo muito as chances de seguir na competição nacional?

René levou quase todos os jogadores que tinha à disposição e resolveu correr o risco de perder jogadores para o clássico. É absolutamente necessário que o Bahia vença bem no domingo para ter uma boa vantagem para o jogo de volta no Barradão, para tentar acabar com o jejum de títulos que tanto incomoda a sua torcida.

Ele será cobrado seja quais forem os resultados, a menos que o Bahia passe pelos dois adversários. Como é difícil a vida de treinador! Por isso mesmo é que são muito bem pagos. E para você, o que é mais importante: a continuidade na Copa do Brasil, ou no Baiano?

Bobô

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Reencontro

Neste domingo, fui ao estádio de Pituaçu para ver o jogo entre Bahia e Vitória da Conquista e fiquei muito feliz por rever um antigo companheiro da época em que eu era jogador. O ex-atacante Cláudio Adão,  que jogou comigo no Bahia na década de 1980, e que foi ao estádio para assistir à atuação do filho, Felipe Adão, contra o tricolor.

Eu tive a honra e o privilégio de jogar ao lado desse cara que foi um dos maiores atacantes da história do futebol brasileiro. Hoje em dia, jogadores como Adão são cada vez mais raros e também cada vez mais valorizados. No Brasileiro de 1986, fizemos uma grande campanha e paramos apenas nas quartas-de-final, contra o Guarani. Muita gente até hoje acha que poderíamos ter conquistado, já naquela ocasião, o segundo título brasileiro do clube. Tínhamos um grande time.

Técnica, habilidade e oportunismo eram algumas das principais características de Adão. Nós, jogadores, o chamávamos de "bicho certo". Dava a bola para ele que resolvia lá na frente e garantia o "bicho" pelas vitórias. Foi bom demais revê-lo e colocar os assuntos em dia. Grandes lembranças.

Bobô

terça-feira, 12 de abril de 2011

Você acha que Joel Santana desrespeitou o Bahia?


Nesta terça-feira (12/4), fui questionado pela reportagem do Lancenet sobre uma suposta declaração do treinador Joel Santana sobre o Bahia para um programa de TV: "Estou esperando peixe grande, sardinha , não!". Não ouvi essa frase, mas sinceramente não acredito que ele tenha dito desta forma. Ou talvez tenha sido só mais uma brincadeira de Joel que é muito brincalhão e espirituoso. Talvez ele não tenha se referido ao Bahia, mas como a imprensa sabe do interesse do clube na sua contratação tenha ligado uma coisa à outra.

Não consigo acreditar que ele tenha desmerecido o Bahia principalmente porque ele já passou mais de uma vez pelo clube, é lembrado com carinho pelos seus torcedores, conquistou títulos e conhece de perto a grandiosidade do Bahia e a paixão da sua torcida. Não teria motivos para desdenhar desta maneira. Espero que tenha sido apenas um mal entendido. E você, torcedor, o que acha dessa polêmica? Você viu o programa? Ele realmente disse isso com relação ao clube?

Bobô

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Elkeson é um dos grandes destaques do semestre na Bahia

É importante ressaltar a campanha que o Vitória vem fazendo no Campeonato Baiano, mais uma vez. O time começou mal a competição, mas o técnico Antônio Lopes conseguiu acertar a equipe, principalmente, pela qualidade de alguns jovens atletas. Um deles, Nikão, chegou desconhecido, era difícil encontrar torcedores baianos que pudessem dar uma referência sobre o jogador, mas vem se destacando e tem um potencial muito grande. Mas o diferencial nessa equipe é o meia-atacante Elkeson.

Mesmo jovem, com apenas 22 anos, ele demonstra maturidade, por já ter atuado em outros Campeonatos Baianos e até na Série A do Brasileiro. Ele finaliza bem, posiciona-se bem, joga bem dos dois lados, usa bem o lado esquerdo, mesmo sendo destro. É um jogador muito interessante.

Para o sucesso do esquema montado pelo treinador, abrindo mão de um centroavante de ofício, a presença de Elkeson se faz necessária. Junto com o experiente Geovanni e o novato Nikão, ele confunde as marcações adversárias com muita movimentação. O Vitória realmente tem uma pérola nas mãos. Se trabalhar bem, deverá ser difícil segurá-lo por mais uma temporada, mas pelo menos poderá ganhar um bom dinheiro. 

Bobô 

quarta-feira, 30 de março de 2011

Folclórico, mas bom de bola



O atacante Sassá, do Ipitanga, é um dos destaques do Campeonato Baiano. Chama a atenção por ser folclórico, mas também por ser bom de bola e é preciso que essa característica seja mais valorizada para não prejudicá-lo e  causar o desperdício de um grande talento. Pelo segundo ano consecutivo, o garoto vem liderando a artilharia do Campeonato Baiano. No ano passado, foi o artilheiro com 13 gols e neste ano já fez oito e ainda tem 22 anos. O feito ainda deve ser mais enaltecido, pois ele defende o Ipitanga, que está lutando contra o rebaixamento desde o ano passado.

Quando vejo o personagem Sassá, com aquela risada exótica, o que enxergo de verdade é um menino que corre atrás do sonho de ser um grande jogador profissional. Você lembra do Jacozinho? Ele se destacou no futebol alagoano e ficou muito conhecido pelas suas brincadeiras e tiradas engraçadas. O que acabou ofuscando a sua qualidade como grande jogador que foi. Temo que Sassá passe pelo mesmo. Até por isso, hoje em dia, a maioria dos atletas de ponta tem profissionais da comunicação responsáveis por trabalhar as suas imagens. 

Vejo muita qualidade e torço por esse rapaz humilde, que nasceu em Caldeirão do Mulato, no povoado do município de Antônio Gonçalves, e que defendeu, assim como eu, a seleção da minha cidade, Senhor do Bonfim, no Intermunicipal. Será que ele não teria condições de jogar em um grande clube, como o Bahia ou o Vitória? O que é que você acha? 

Quando comecei a jogar futebol, na Catuense, todo mundo tirava sarro com o meu apelido, chamava de bobo. Há pouco tempo, o Vitória apostou em Neto Berola, que se destacava no Baiano pelo Itabuna, mas também era ironizado por muitos. O jogador mostrou qualidades, Luxemburgo gostou, levou para o Atlético, e hoje ele está muito bem no time mineiro. Vale a pena seguir o exemplo.

Bobô

sexta-feira, 18 de março de 2011

É necessário criar uma aposentadoria especial para ex-atletas

O atleta dedica grande parte da sua vida à sua modalidade esportiva. Seu suor e sua dedicação são convertidos em sorrisos e até lágrimas de felicidade dos seus fãs. Durante todo o período em que estão na ativa, os desportistas representam e honram seus municípios, estados, países e agremiações. No entanto, depois que a carreira se encerra a situação se complica para muitos. Como o tempo de atuação é curto, os atletas ficam sem direito a uma aposentadoria e precisam trabalhar em média de 15 a 20 anos em outras profissões para alcançar tal direito, mas muitos não possuem capacitação e, sequer, condições físicas para ingressar no mercado de trabalho em outras funções. Se o caso dos ex-jogadores de futebol é complicado imagine o dos ex-atletas de outras modalidades que nem ao menos assinam a carteira de trabalho profissional. Por tudo isso, é imprescindível que seja criada uma aposentadoria especial para ex-atletas no Brasil, com um tempo diferenciado de contribuição.

Na Bahia, com estes problemas da aposentadoria e um sindicato dos jogadores de futebol pouco atuante, os ex-atletas podem contar apenas com a Agap, que é ligada à Faap. A Agap recebe recursos da Faap e conta com as mensalidades de seus sócios para promover a integração dos ex-jogadores no mercado de trabaho, através de cursos de capacitação e profissionalizantes. Nas situações mais críticas, ela faz até doações.  O ideal, no entanto, era que não fossem necessárias.

Pensando nisso, o Governo Federal, em outubro de 2009, trouxe essa discussão para a Bahia em um evento sobre aposentadoria que abordou a questão específica dos atletas e dos músicos. O assunto, teve sua importância, desde então reconhecida. No entanto, tem que continuar sendo amplamente discutido pela sociedade em todos os estados porque os ex-atletas deram muitas alegrias para todo o povo e terminam desamparados ao final da carreira. A Câmara Federal precisa abraçar esta causa para que os ex-atletas tenham uma vida digna.

Não é um favor. É apenas reconhecimento por todos os serviços prestados. E você, o que acha disso?

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Custo com divisão de base é investimento

Rafael, Fábio, Madson e todos os outros talentos da equipe sub-18 do Bahia que nos deram a alegria de ver o Estado representado, pela primeira vez, na final da Copa São Paulo de futebol sub-18, competição mais importante da categoria no País, reacendem uma importante discussão sobre a necessidade de maior investimento nas divisões de base como um dos caminhos para o fortalecimento dos clubes baianos. 

E é com alegria que parabenizo o Bahia pela ótima campanha. Não dá para esquecer, entretanto, que o sucesso veio muito mais pela capacidade de descobrir talentos do que por uma política de clube voltada para a formação de atletas. Um orçamento próprio, por exemplo, é fator mais do que necessário. Externo aqui os meus parabéns para todos os garotos, para a comissão técnica e para Newton Mota que, não por coincidência, estava à frente da base do Vitória em 1993, quando o rubro-negro chegou à semifinal. 

Na base, muito mais importante que títulos é formar jogadores. A boa participação na competição, entretanto, mostra que um bom trabalho está sendo feito. Agora se faz necessário saber colher os frutos como o Vitória fez em 1993, quando chegou até a semifinal da Copinha e, no mesmo ano, foi finalista do Brasileirão de profissionais, contando com jogadores daquela campanha, como Dida; Vampeta, Paulo Isidoro e Alex Alves. 

Bem trabalhados, alguns desses garotos poderão ter um futuro promissor, como: Rafael, que é um atacante muito forte e tem muita presença de área; o lateral-direito Madson, que fez muita falta na decisão e joga em uma das posições de maior carência na equipe principal; além do meia habilidoso Fábio, que não tem um biótipo avantajado, mas joga de maneira vertical, com muita objetividade. 

Mas no clube um dos maiores problemas é a transição para a equipe principal e a falta de paciência. É absolutamente necessário que a comissão técnica e a torcida tenham calma e a devida noção de que eles não vão subir para resolver os problemas do clube, mas para ganhar experiência e contribuir com qualidade, jogando ao lado de atletas mais experientes. 

É preciso reverter a lógica de encarar os custos com as divisões de base como gastos e ver como investimento. Muitos clubes do País pensam dessa forma, como o Santos, que já revelou no século XXI jogadores como Robinho, Diego, Neymar e Paulo Henrique Ganso, ganhando títulos, inclusive, com estes jogadores como destaques. O Internacional e o São Paulo são outros exemplos positivos. 

Ter ótimos olheiros e participar de competições interestaduais é de fundamental importância, mas também é essencial investir em qualificação dos profissionais que trabalham com os garotos, e também trabalhar a nutrição, fisiologia e psicologia. Este acompanhamento psicológico deve prosseguir quando o jogador ascende à equipe principal. 

Investir na descoberta de novos talentos também é o caminho para o resgate dos clubes do interior do Estado. A Catuense, onde comecei a minha carreira, por exemplo, realizava um bom trabalho na descoberta e formação de jogadores, como Sandro, Vandick, Naldinho e Luís Henrique. Alguns chegaram até a Seleção Brasileira. Esta é a alternativa mais viável para não ter que recorrer a jogadores sem mercado nos outros times do País, fortalecendo o elenco e ainda lucrando com futuras negociações. Em breve, aprofundarei a questão dos clubes do interior. 

Bobô

sábado, 15 de janeiro de 2011

Os pilares para o fortalecimento do nosso futebol

O conteúdo do editorial do jornal A Tarde da última sexta-feira (7/1), intitulado “Futebol de várzea”, é uma síntese dos sentimentos de todos nós que vivemos e nos importamos com o futebol do nosso Estado. O texto fala sobre a necessidade de “profissionalização”, de fato. Eu diria que ainda mais importante é a democratização. Entre os maiores legados da Copa do Mundo na Bahia, ao lado do fortalecimento do turismo, e das melhorias na infra-estrutura e na mobilidade urbana da capital e da região metropolitana, que proporcionarão uma maior qualidade de vida para os cidadãos, está a necessidade de mudança do modelo de gestão dos nossos clubes de futebol.

O esporte está em alta no País, com as realizações, a partir deste ano, dos Jogos Mundiais Militares, Copa das Confederações, Copa do Mundo e Olimpíada, e é importante que os clubes da Bahia aproveitem este momento de grandes investimentos. Gestão profissional, planejamento e democratização têm que ser os pilares deste resgate do futebol baiano. A paixão dos baianos pelos seus clubes sempre existiu e precisa ser melhor explorada. É necessário que o torcedor sinta que está fazendo parte do clube, participando indiretamente das decisões, escolhendo seu presidente.

Permita-me retornar ao ano de 1989, quando, logo após o segundo título brasileiro do Bahia, declarei que o Estado não veria uma conquista como aquela por, pelo menos, 30 anos. Não disse isso por torcer contra. Muito pelo contrário. O que eu quis dizer é que era preciso prestar atenção para a gestão. Fomos campeões pela qualidade dos jogadores, dedicação, ousadia e pela presença expressiva da nossa torcida em todos os jogos, mas o modelo de gestão já apresentava problemas. Pouca coisa mudou de lá para cá e o mais grave é que estamos em um momento diferente em que as receitas de bilheterias não são mais suficientes para cobrir as despesas.

Concordo que a Federação Baiana de Futebol tem sua parcela de responsabilidade e precisa ser mais rigorosa com relação à qualidade dos gramados dos estádios utilizados no Campeonato Baiano, porque isso interfere no nível técnico da competição. Os clubes, entretanto, são os maiores responsáveis pelo momento do nosso futebol. Os jornais de grande circulação continuam noticiando regularmente o atraso de salários, o pouco investimento na formação de atletas, a recusa em mudar os estatutos, e a ausência de eleições diretas, que inibem a ampliação do número de sócios. Pode até haver uma federação fraca, com clubes fortes, mas o contrário é inviável.

Cabe a todos nós, torcedores, atletas, dirigentes e amantes do futebol baiano realizarmos essa discussão de maneira muito clara para toda a sociedade. E é importante ressaltar que esses problemas não se restringem ao futebol, mas a todos os esportes aqui no Estado. É importante fortalecer as federações com democracia e alternância de poder. O Governo do Estado vem fazendo a sua parte com a reconstrução do estádio de Pituaçu, um dos mais modernos do País, a construção da Arena Fonte Nova, o patrocínio, alguns anos com o “Sua Nota é um Show”, e agora por meio da Embasa. Além da realização, por parte da Sudesb, em parceria com a Uneb, e participação da FBF, de um curso de gestão esportiva, para preparar os nossos dirigentes.

Desde a minha declaração em 1989, quase 22 anos já se passaram. Os clubes baianos têm, portanto, este desafio de se modernizarem, de fato, para chegar a um novo título de tamanha importância dentro dos próximos oito anos para que me desmintam. Torço para que consigam.

Bobô