segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Reedição da final de 1988 marcou reencontro de heróis tricolores

Este dia 13 de dezembro de 2009 foi muito especial para a torcida tricolor por causa do jogo comemorativo entre os masters de Bahia e Internacional para relembrar a decisão do Brasileiro de 1988, uma das duas maiores conquistas do clube.

Foi fantástico poder ver de perto os grandes heróis da Nação tricolor. Em 1988/89, as chuteiras eram todas pretas. Foi mágico ver o eterno craque Bobô calçando modernas chuteiras brancas, como se ele pudesse se transportar para o atual momento e ajudar no resgate do velho tricolor. Os velhos passes refinados ainda responderam presente. Ver Charles, cabeça raspada, estilo Jael, e com invocados calçados amarelos também foi algo curioso.

Fico imaginando o quanto deve ter representado para cada um desses eternos heróis ter o seu nome gritado em peso, novamente, pela torcida tricolor, como o arqueiro Ronaldo, que fechou o gol no empate de 1 a 1 e levantava a torcida a cada defesaça. Mostrando ser um verdadeiro fenômeno de impulsão.

Claudir, arriscando improváveis arrancadas pela esquerda, levantava a massa. E Pereira, arrancando suspiros nas inesquecíveis cobranças de falta. Que elegância!!! Nas laterais, Tarantini demonstrou a mesma discrição enquanto Paulo Robson se aventurou na frente.

Na proteção à zaga, os dois motores do time de 1988 ainda mostraram preservar o fôlego: Paulo Rodrigues e Gil. Na esquerda, Marquinhos ainda mostrou alguma velocidade. E na direita, Zé Carlos deu a impressão de que ainda poderia ter jogado mais tempo.

Osmar, que entrou logo no lugar de Charles, também se destacou, correndo como um menino. Talvez reflexo dos babas de toda quinta-feira na AABB, quando vem, junto com o eterno Baiaco, de São Francisco do Conde, para o velho encontro com a redonda.


Zé Carlos foi um capítulo à parte. Fez até o gol do empate, no final do primeiro tempo. Do time principal do Bahia, só não esteve presente o zagueiro João Marcelo.


A grande ausência lamentada foi o eterno mestre Evaristo de Macedo, que não pôde vir. Temos que valorizar também o Internacional, que topou participar da partida. O toque de nostalgia foi completado com a presença do torcedor folclórico Lourinho, nas arquibancadas, com os bonequinhos dos jogadores do Inter amarrados.


LEANDRO SILVA

é jornalista esportivo e escritor, autor do livro A União de uma Nação, sobre o título Brasileiro de 1988, conquistado pelo Bahia, e escreve para o blog http://www.leandrosilva81.blogspot.com/