sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Equilíbrio no início do Baiano

Apenas três rodadas se passaram. Ainda é cedo para chegar a conclusões definitivas, mas os clubes começam a mostrar o que se pode esperar deles até o final do Campeonato Baiano. Para começar, dá para dizer que as equipes foram bem distribuídas nos grupos, já que a soma de pontos dos participantes das duas chaves chega aos mesmos 25 pontos. Em 18 duelos foram sete vitórias para cada lado e quatro empates. 

Há um sinal de equilíbrio também entre as duas principais forças do Estado. Até o final do tempo regulamentar do jogo entre Ipitanga e Bahia pela terceira rodada tricolores e rubro-negros estavam com a mesma pontuação e apenas um gol de saldo de vantagem para o Vitória, mas o gol de Sassá, nos acréscimos, deixou o Bahia dois pontos atrás do Vitória. 

No grupo 2, contudo, os pontos estão mais distribuídos que no 1, tanto que a distância do líder, Vitória, para o lanterna, Serrano, é de apenas três pontos. Enquanto no grupo 1, o Bahia de Feira tem sete pontos à frente do lanterna Juazeiro, que perdeu os três jogos. 

O momento era totalmente favorável ao Bahia antes de começar a competição, mas o Leão mostra que irá lutar pelo penta. O atacante Rildo, que veio da Ferroviária, de São Paulo, me deixou uma boa impressão, e acredito que será muito útil para o rubro-negro. O setor defensivo, entretanto, deve ser o ponto mais forte da equipe rubro-negra, com as presenças de bons jogadores como Alison, Eduardo e Uelliton. Até o momento, é o segundo time que menos sofreu gol na competição, apenas um golaço e outro por falha de Viáfara. 

Enquanto isso, ainda acredito no time do Bahia e continuo entendendo que o clube armou um bom elenco. A grande expectativa em torno da equipe, por parte da torcida, entretanto, está se transformando em apreensão. O que pode tirar a tranqüilidade necessária para que as atuações passem a ser satisfatórias. O preparo físico ainda está precário e alguns jogadores importantes não estrearam, como Zezinho, Ramon, Luisão e Marcos. 

O Bahia de Feira, entretanto, é o time que mais marcou pontos até agora (7). E já havia deixado uma ótima impressão por ter conquistado o título do Torneio Início, disputado uma semana antes do começo do Baiano. O time que já foi semifinalista em 2010 manteve alguns destaques da boa campanha, como João Neto, Jacson e Bruninho e ainda fez boas contratações como o dublê de meia e lateral-esquerdo Roberto, do tricolor da capital. 

Interessante é que os dois clubes do interior que conseguiram derrotar os grandes da capital na primeira rodada, não conseguiram mais vencer ninguém nas rodadas seguintes. O Colo-Colo, que derrotou o Leão, segue invicto, depois de dois empates, enquanto o Serrano parou nos três primeiros pontos. 


LEANDRO SILVA
é jornalista esportivo e escritor, autor do livro A União de uma Nação, sobre o título brasileiro de 1988, conquistado pelo Bahia, e escreve para o blog www.leandrosilva81.blogspot.com

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Custo com divisão de base é investimento

Rafael, Fábio, Madson e todos os outros talentos da equipe sub-18 do Bahia que nos deram a alegria de ver o Estado representado, pela primeira vez, na final da Copa São Paulo de futebol sub-18, competição mais importante da categoria no País, reacendem uma importante discussão sobre a necessidade de maior investimento nas divisões de base como um dos caminhos para o fortalecimento dos clubes baianos. 

E é com alegria que parabenizo o Bahia pela ótima campanha. Não dá para esquecer, entretanto, que o sucesso veio muito mais pela capacidade de descobrir talentos do que por uma política de clube voltada para a formação de atletas. Um orçamento próprio, por exemplo, é fator mais do que necessário. Externo aqui os meus parabéns para todos os garotos, para a comissão técnica e para Newton Mota que, não por coincidência, estava à frente da base do Vitória em 1993, quando o rubro-negro chegou à semifinal. 

Na base, muito mais importante que títulos é formar jogadores. A boa participação na competição, entretanto, mostra que um bom trabalho está sendo feito. Agora se faz necessário saber colher os frutos como o Vitória fez em 1993, quando chegou até a semifinal da Copinha e, no mesmo ano, foi finalista do Brasileirão de profissionais, contando com jogadores daquela campanha, como Dida; Vampeta, Paulo Isidoro e Alex Alves. 

Bem trabalhados, alguns desses garotos poderão ter um futuro promissor, como: Rafael, que é um atacante muito forte e tem muita presença de área; o lateral-direito Madson, que fez muita falta na decisão e joga em uma das posições de maior carência na equipe principal; além do meia habilidoso Fábio, que não tem um biótipo avantajado, mas joga de maneira vertical, com muita objetividade. 

Mas no clube um dos maiores problemas é a transição para a equipe principal e a falta de paciência. É absolutamente necessário que a comissão técnica e a torcida tenham calma e a devida noção de que eles não vão subir para resolver os problemas do clube, mas para ganhar experiência e contribuir com qualidade, jogando ao lado de atletas mais experientes. 

É preciso reverter a lógica de encarar os custos com as divisões de base como gastos e ver como investimento. Muitos clubes do País pensam dessa forma, como o Santos, que já revelou no século XXI jogadores como Robinho, Diego, Neymar e Paulo Henrique Ganso, ganhando títulos, inclusive, com estes jogadores como destaques. O Internacional e o São Paulo são outros exemplos positivos. 

Ter ótimos olheiros e participar de competições interestaduais é de fundamental importância, mas também é essencial investir em qualificação dos profissionais que trabalham com os garotos, e também trabalhar a nutrição, fisiologia e psicologia. Este acompanhamento psicológico deve prosseguir quando o jogador ascende à equipe principal. 

Investir na descoberta de novos talentos também é o caminho para o resgate dos clubes do interior do Estado. A Catuense, onde comecei a minha carreira, por exemplo, realizava um bom trabalho na descoberta e formação de jogadores, como Sandro, Vandick, Naldinho e Luís Henrique. Alguns chegaram até a Seleção Brasileira. Esta é a alternativa mais viável para não ter que recorrer a jogadores sem mercado nos outros times do País, fortalecendo o elenco e ainda lucrando com futuras negociações. Em breve, aprofundarei a questão dos clubes do interior. 

Bobô

sábado, 15 de janeiro de 2011

Os pilares para o fortalecimento do nosso futebol

O conteúdo do editorial do jornal A Tarde da última sexta-feira (7/1), intitulado “Futebol de várzea”, é uma síntese dos sentimentos de todos nós que vivemos e nos importamos com o futebol do nosso Estado. O texto fala sobre a necessidade de “profissionalização”, de fato. Eu diria que ainda mais importante é a democratização. Entre os maiores legados da Copa do Mundo na Bahia, ao lado do fortalecimento do turismo, e das melhorias na infra-estrutura e na mobilidade urbana da capital e da região metropolitana, que proporcionarão uma maior qualidade de vida para os cidadãos, está a necessidade de mudança do modelo de gestão dos nossos clubes de futebol.

O esporte está em alta no País, com as realizações, a partir deste ano, dos Jogos Mundiais Militares, Copa das Confederações, Copa do Mundo e Olimpíada, e é importante que os clubes da Bahia aproveitem este momento de grandes investimentos. Gestão profissional, planejamento e democratização têm que ser os pilares deste resgate do futebol baiano. A paixão dos baianos pelos seus clubes sempre existiu e precisa ser melhor explorada. É necessário que o torcedor sinta que está fazendo parte do clube, participando indiretamente das decisões, escolhendo seu presidente.

Permita-me retornar ao ano de 1989, quando, logo após o segundo título brasileiro do Bahia, declarei que o Estado não veria uma conquista como aquela por, pelo menos, 30 anos. Não disse isso por torcer contra. Muito pelo contrário. O que eu quis dizer é que era preciso prestar atenção para a gestão. Fomos campeões pela qualidade dos jogadores, dedicação, ousadia e pela presença expressiva da nossa torcida em todos os jogos, mas o modelo de gestão já apresentava problemas. Pouca coisa mudou de lá para cá e o mais grave é que estamos em um momento diferente em que as receitas de bilheterias não são mais suficientes para cobrir as despesas.

Concordo que a Federação Baiana de Futebol tem sua parcela de responsabilidade e precisa ser mais rigorosa com relação à qualidade dos gramados dos estádios utilizados no Campeonato Baiano, porque isso interfere no nível técnico da competição. Os clubes, entretanto, são os maiores responsáveis pelo momento do nosso futebol. Os jornais de grande circulação continuam noticiando regularmente o atraso de salários, o pouco investimento na formação de atletas, a recusa em mudar os estatutos, e a ausência de eleições diretas, que inibem a ampliação do número de sócios. Pode até haver uma federação fraca, com clubes fortes, mas o contrário é inviável.

Cabe a todos nós, torcedores, atletas, dirigentes e amantes do futebol baiano realizarmos essa discussão de maneira muito clara para toda a sociedade. E é importante ressaltar que esses problemas não se restringem ao futebol, mas a todos os esportes aqui no Estado. É importante fortalecer as federações com democracia e alternância de poder. O Governo do Estado vem fazendo a sua parte com a reconstrução do estádio de Pituaçu, um dos mais modernos do País, a construção da Arena Fonte Nova, o patrocínio, alguns anos com o “Sua Nota é um Show”, e agora por meio da Embasa. Além da realização, por parte da Sudesb, em parceria com a Uneb, e participação da FBF, de um curso de gestão esportiva, para preparar os nossos dirigentes.

Desde a minha declaração em 1989, quase 22 anos já se passaram. Os clubes baianos têm, portanto, este desafio de se modernizarem, de fato, para chegar a um novo título de tamanha importância dentro dos próximos oito anos para que me desmintam. Torço para que consigam.

Bobô

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Bobô é homenageado por ex-jogadores de futebol

Ex-atletas do futebol baiano, como Hugo, Dico Maradona, Emo, Nelson Cazumbá, Zé Augusto, entre outros, que fazem parte da AGAP (Associação de Garantia ao Atleta profissional do Estado da Bahia), homenagearam Bobô, com uma placa comemorativa, pelos serviços prestados "pelo que tem feito pela AGAP e pelo que fez pelo futebol da Bahia", explicou Nelson Cazumbá, que jogou em times como Bahia e Leônico. A homenagem aconteceu na manhã desta terça-feira (11/1), na sede da Sudesb.

"O motivo da nossa homenagem é um reconhecimento pelo trabalho dele à frente da Sudesb. Pela valorização dos ex-atletas. De vez em quando, ele pega até uns babas com a gente", disse Emo, que chegou a jogar com Bobô no Bahia.

"Eu tenho muito prazer de compartilhar alguns momentos com vocês. É sempre um ambiente muito saudável. A gente busca ajudar a associação, mas o maior trabalho é de vocês, que estão de parabéns pelo momento que a AGAP está vivendo. E espero que continuem conseguindo agregar mais pessoas como vocês", agradeceu Bobô.

Superintendente da AGAP, e ex-jogador do Vitória, Hugo falou sobre a associação. "A finalidade da AGAP não é dar o peixe, mas ensinar a pescar. Tanto para os ex-jogadores, quanto para os atletas em formação. O nosso foco é disponibilizar cursos supletivos, profissionalizantes e até superiores para que o ex-jogador consiga se inserir no mercado de trabalho, após o término da carreira", disse Hugo.

O presidente Sergio Luiz Ferreira explica ainda que a AGAP é associada à FAAP (Federação das Associações de Atletas Profissionais), entidade nacional que repassa recursos para a associação baiana, que proporciona, ainda, auxílio saúde e medicamentos para os associados que estejam doentes. A anuidade para os associados é de 55 reais.

Para maiores informações, basta acessar o site http://www.agapba.com.br/ ou enviando e-mail para agap.ba@faapatletas.com.br.

domingo, 2 de janeiro de 2011

Craque está na seleção do Bahia de todos os tempos do Jornal A Tarde


O jornal A Tarde publicou no primeiro dia do ano uma edição especial em comemoração aos 80 anos do Esporte Clube Bahia. Nesta, foi publicada uma eleição para escolher os 11 titulares do "Bahia de todos os tempos", com os melhores jogadores que já vestiram a camisa do clube, por posição. E Bobô foi eleito para fazer parte dessa equipe dos sonhos.

O time ficou escalado com: Nadinho (goleiro de 1959), Zanata (lateral-direito na década de 1980), Roberto Rebouças (zagueiro na década de 1970), Pereira (zagueiro de 1988) e Romero (lateral-esquerdo nos anos 1970); Baiaco (volante, década de 1970), Paulo Rodrigues (volante, 1988), Bobô (meia, 1988) e Douglas (meia, anos 1970); Marito (atacante, 1959) e Beijoca (atacante, década de 1970).