O Cronista

Bobô sempre se destacou, nos tempos de jogador, pela articulação nas entrevistas. Falando, mostrava a mesma habilidade e elegância que com a bola nos pés. Tudo resultado da leitura. Os livros eram companheiros inseparáveis em casa e nas concentrações.
 
Atenta à competência do craque quanto à expressão é que a TV Bandeirantes convidou Bobô para seu quadro de comentaristas esportivos, função assumida logo após pendurar as chuteiras, em 1997.
O talento dos campos foi junto com Bobô para os estúdios de TV. Com comentários sérios, embasados, sempre bem informado, o ex-meia de Bahia, Flamengo e São Paulo brilhou tanto nos microfones a ponto de ser escalado como um dos titulares da Band para a cobertura da Copa do Mundo de 1998.

Ao lado de feras como Gerson, Rivelino e Luciano do Valle, Bobô deu um show de cobertura na França, considerada uma das melhores da história da emissora.

Bobô trabalhou também na TV Band Bahia. Lá, comandou um programa regional diário sobre futebol ao lado do radialista Marco Aurélio. Como cronista, não se limitou apenas a falar. Arriscou na escrita e fez sucesso. Em 2001, assinou coluna semanal no jornal A Tarde, o mais lido do Norte-Nordeste do Brasil.
Bobô deixou a atividade na imprensa em 2002, quando assumiu pela primeira vez o comando técnico do Bahia, mas não descarta voltar a falar e escrever sobre sua maior paixão, o futebol.

O Dirigente

Bobô foi convidado, no ano 2001, a assumir a superintendência das divisões de base do Bahia com um grande desafio – reformular o setor, modernizando, para fazer o clube voltar a revelar bons jogadores e ganhar títulos. Na mesa, Marcelo Guimarães, Bobô e Petrônio Barradas.
Em cinco anos de trabalho, conseguiu isso e muito mais. Transformou a base do Bahia em referência nacional, com um trabalho de excelência, alicerçado num organizado planejamento e na aposta em uma reduzida, mas competente equipe de trabalho. Foto de Enaldo Rodrigues e Bobô.
Quando assumiu, Bobô implantou um sistema multidisciplinar de acompanhamento nos atletas. Os jogadores passaram a não ser acompanhados apenas por técnicos e preparadores físicos. Entraram em campo pedagogos, fisioterapeutas, nutricionistas, psicólogos, dentistas, assistentes sociais.
Com um acompanhamento completo, pormenorizado, melhoria na qualidade de vida, os atletas do clube sentiram-se mais confiantes para competir e evoluíram dentro de campo.

Bobô aumentou o número de categorias de base no clube para oito – pré-mirim, mirim, infantil, fraldinha, dente-de-leite, juvenil e júnior. A medida aumentou o número de atletas potenciais no clube, com o desenvolvimento monitorado cada vez mais cedo.

A evolução dos aspectos técnicos e da qualidade de vida dos atletas jamais esteve dissociada da preocupação com a educação. Com Bobô, todos os atletas do Bahia eram obrigados a freqüentar a escola e tirar boas notas para se manter no clube.