terça-feira, 26 de abril de 2011

Confira os ganhadores das camisas retrô do ídolo Bobô

Maristela Carvalho Machado e Daniel Reis Dantas foram os ganhadores das camisas retrô do ídolo Bobô, pelos textos que foram enviados para este blog para participar da promoção que teve início no dia 26 de março. Bastava deixar um comentário, completando uma história iniciada com a frase: “Eu preciso ganhar essa camisa porque ela me faz lembrar de...”. Maristela e Daniel foram os autores das duas histórias escolhidas e ganharão uma camisa cada.

Agradecemos à participação de todos os outros que deixaram comentários e também àqueles que ajudaram a divulgar a promoção. Foi difícil escolher os ganhadores porque vocês, leitores, capricharam. Continuem prestigiando este blog sempre. Este canal interativo que os aproxima do ídolo. Entraremos em contato com os vencedores, em breve, para acertar a entrega das camisas. 


Parabéns!!!

Saudades de um tricolor

“Eu preciso ganhar essa camisa porque ela me faz lembrar de meu avô Genésio. Vovô Genésio era uma pessoa bem educada, embora fosse considerado por todos como um cara razinza e muito bravo. Mas, ao menos com os netos, ele era bom. Sempre dava dinheiro para a gente comprar doces, brinquedos e, é claro, levava-nos para a Fonte, semanalmente, para ver o Bahia jogar (do jeito rabugento e reclamando de tudo). Bem verdade que dos 5 netos dele, apenas eu e meu irmão gostávamos do programa futebolístico dominical, pois durante a semana ele e nunca ía aos jogos, devido ao costume de dormir cedo: “futebol uma hora dessas? De jeito nenhum!” – retrucava. E foi assim que vovô Genésio foi habituando-nos a ir ao estádio e criar a paixão pelo clube da terra: o glorioso Esporte Clube Bahia.

Chegamos à semifinal na Fonte contra o Flu carioca. Fonte lotada!!! Vovô foi pro sol (antiga Boca Quente/Bamor) comigo e com meu irmão. Sentamos no colo dele (um em cada perna), pois estávamos espremidos. Vovô tenso, mas confiante. Veio o gol do Flu e bateu o desespero nele: “não é possível, meu Deus, temos um time melhor do que o deles, temos que nos classificar”. Aquele desespero dele se transferiu pra mim. Rezei como nunca. Pedi a Papai do Céu uma vitória para tranquilizar meu avô. 

E ela veio de forma sensacional. Quando acabou o jogo, vovô jogava a gente para cima, numa alegria até então desconhecida para mim. Às vezes, penso eu, o esporte pode fazer coisas inimagináveis. Esta cena está viva para sempre em minha memória. Nunca esqueci e guardo sempre comigo.

Quando chegou o domingo, 19 de fevereiro de 1989, meu avô preparou uma verdadeira festa com o pessoal da rua. Muita cerveja, feijoada, guaraná e, é claro, a boa e velha televisão no centro do salão. O jogo começou nervoso, com os dois times se estudando e esperando o erro do adversário. Vovô estava tenso. Minha mãe tentava acalmá-lo a todo instante, mas o velho sempre mandava ela ficar quieta. Eu ria da situação. 'Seu' Genésio odiava que ficassem em seu pé. Quando acabou o primeiro tempo, vovô ficou mais tranqüilo. Ele profetizou: “Este time do Inter não vai fazer gol na gente. Ronaldo vai pegar até pensamento e vamos ser campeão (sic)”. 

Dito e feito. Ronaldo segurando tudo lá atrás e o time se comportando muito bem. Aí outra cena inesquecível foi quando deu 40 minutos do segundo tempo. Vovô saiu do salão e foi pra casa com seu inseparável radinho. Não queria assistir a mais nada. Reclamou do velho Evaristo quando sacou Bobô para a entrada de Osmar e depois saiu à francesa. Quando acabou o jogo, muita festa e muita gritaria na rua; fui ao encontro do velho Genésio e o vi no canto do quarto. Ele estava rezando e com os olhos mareados. Corria uma lágrima no canto do olho. Entrei sorrateiramente sem ele ver. De repente ele se vira e me vê, toma um susto e fala pra mim: “nunca conte isto a ninguém viu, Dan?”. Ele era austero e bravo demais pra se comover daquele jeito e não queria que ninguém soubesse que ele estava chorando. Pediu depois que eu saísse e se trancou no quarto. Prometi e nunca mencionei esta situação até hoje lá em casa.
 
Três anos depois, Genésio Ferreira dos Reis faleceu em decorrência de um câncer e quem chorava era eu. Muitas lembranças daquele senhor de cabelos alvos, corpo desengonçado, bravo, mas com um coração de ouro. Era meu padrinho e companheiro de todas as horas. Inteligente, desistiu de estudar para Medicina para trabalhar como funcionário público, não obstante curasse todos os funcionários e família sem cobrar-lhes um tostão: “quem não vive para servir, não serve para viver”, era a sua máxima. Muitos gostavam, mas eu realmente o admirava. E já no seu leito de morte, ele me perguntou: “Quanto tá o jogo do Bahia?” O Bahia jogava e ganharia novamente do Internacional, mas meu avô perderia a batalha contra a vida 4 dias depois..."

Daniel Reis Dantas
Um dos textos vencedores da promoção da camisa retrô personalizada do ídolo Bobô. 

Lembranças do título brasileiro de 1988

“Eu preciso ganhar essa camisa porque ela me faz lembrar de quanto o Bahia é, foi, e sempre será, um GIGANTE do futebol;
Me faz lembrar das tardes de domingo em que ia à Fonte Nova e esquecia do mundo para curtir aqueles 90 minutos;
Me faz lembrar do quanto é bom ter sido mãe no ano que o Bahia foi BI-Campeão Brasileiro;
Me faz lembrar do quanto o Bahia se impunha sobre qualquer um que pensasse em pisar na Fonte Nova;
Me faz lembrar de uma fonte Nova lotada de apaixonados pela arte do bom futebol;
Me faz lembrar do Gol mais importante da História do Bahia, feito por Bobô;
Me faz lembrar do quanto o futebol mudou, e que existia Amor à Camisa;
Me faz lembrar do quanto chorei quando o juiz apitou o fim da partida em Porto Alegre e o Bahia foi Bi-Campeão;
Me faz lembrar do quanto é bom dizer: eu sou Bahia;
Me faz lembrar da melhor equipe que o Bahia ja teve;
Me faz lembrar do quanto a minha felicidade está diretamente ligada à felicidade do Bahia;
Me faz lembrar de quando me deram o apelido de Tricolor e até hoje sou chamada assim;
Me faz lembrar dos grande guerreiros: João Marcelo, Ronaldo, Paulo Rodrigues, Tarantini, Paulo Robson e Claudir, Marquinhos, Bobô, Charles, Zé Carlos e Gil".

Maristela Carvalho Machado
Um dos textos vencedores da promoção da camisa retrô personalizada do ídolo Bobô.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Como é difícil a vida de treinador

Nesta quarta-feira (20/4), o Bahia enfrenta o Atlético Paranaense, disputando uma vaga entre os oito melhores da Copa do Brasil e, logo depois, no domingo (24/4), joga a primeira semifinal do Baiano contra o maior rival, Vitória. O treinador René Simões acabou de chegar ao clube e já teve que tomar uma decisão muito difícil e importante: escalar o time completo no Paraná para disputar a sequência da Copa do Brasil e correr o risco de perder jogadores lesionados para o final de semana, ou poupar a equipe, diminuindo muito as chances de seguir na competição nacional?

René levou quase todos os jogadores que tinha à disposição e resolveu correr o risco de perder jogadores para o clássico. É absolutamente necessário que o Bahia vença bem no domingo para ter uma boa vantagem para o jogo de volta no Barradão, para tentar acabar com o jejum de títulos que tanto incomoda a sua torcida.

Ele será cobrado seja quais forem os resultados, a menos que o Bahia passe pelos dois adversários. Como é difícil a vida de treinador! Por isso mesmo é que são muito bem pagos. E para você, o que é mais importante: a continuidade na Copa do Brasil, ou no Baiano?

Bobô

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Reencontro

Neste domingo, fui ao estádio de Pituaçu para ver o jogo entre Bahia e Vitória da Conquista e fiquei muito feliz por rever um antigo companheiro da época em que eu era jogador. O ex-atacante Cláudio Adão,  que jogou comigo no Bahia na década de 1980, e que foi ao estádio para assistir à atuação do filho, Felipe Adão, contra o tricolor.

Eu tive a honra e o privilégio de jogar ao lado desse cara que foi um dos maiores atacantes da história do futebol brasileiro. Hoje em dia, jogadores como Adão são cada vez mais raros e também cada vez mais valorizados. No Brasileiro de 1986, fizemos uma grande campanha e paramos apenas nas quartas-de-final, contra o Guarani. Muita gente até hoje acha que poderíamos ter conquistado, já naquela ocasião, o segundo título brasileiro do clube. Tínhamos um grande time.

Técnica, habilidade e oportunismo eram algumas das principais características de Adão. Nós, jogadores, o chamávamos de "bicho certo". Dava a bola para ele que resolvia lá na frente e garantia o "bicho" pelas vitórias. Foi bom demais revê-lo e colocar os assuntos em dia. Grandes lembranças.

Bobô

terça-feira, 12 de abril de 2011

Você acha que Joel Santana desrespeitou o Bahia?


Nesta terça-feira (12/4), fui questionado pela reportagem do Lancenet sobre uma suposta declaração do treinador Joel Santana sobre o Bahia para um programa de TV: "Estou esperando peixe grande, sardinha , não!". Não ouvi essa frase, mas sinceramente não acredito que ele tenha dito desta forma. Ou talvez tenha sido só mais uma brincadeira de Joel que é muito brincalhão e espirituoso. Talvez ele não tenha se referido ao Bahia, mas como a imprensa sabe do interesse do clube na sua contratação tenha ligado uma coisa à outra.

Não consigo acreditar que ele tenha desmerecido o Bahia principalmente porque ele já passou mais de uma vez pelo clube, é lembrado com carinho pelos seus torcedores, conquistou títulos e conhece de perto a grandiosidade do Bahia e a paixão da sua torcida. Não teria motivos para desdenhar desta maneira. Espero que tenha sido apenas um mal entendido. E você, torcedor, o que acha dessa polêmica? Você viu o programa? Ele realmente disse isso com relação ao clube?

Bobô

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Elkeson é um dos grandes destaques do semestre na Bahia

É importante ressaltar a campanha que o Vitória vem fazendo no Campeonato Baiano, mais uma vez. O time começou mal a competição, mas o técnico Antônio Lopes conseguiu acertar a equipe, principalmente, pela qualidade de alguns jovens atletas. Um deles, Nikão, chegou desconhecido, era difícil encontrar torcedores baianos que pudessem dar uma referência sobre o jogador, mas vem se destacando e tem um potencial muito grande. Mas o diferencial nessa equipe é o meia-atacante Elkeson.

Mesmo jovem, com apenas 22 anos, ele demonstra maturidade, por já ter atuado em outros Campeonatos Baianos e até na Série A do Brasileiro. Ele finaliza bem, posiciona-se bem, joga bem dos dois lados, usa bem o lado esquerdo, mesmo sendo destro. É um jogador muito interessante.

Para o sucesso do esquema montado pelo treinador, abrindo mão de um centroavante de ofício, a presença de Elkeson se faz necessária. Junto com o experiente Geovanni e o novato Nikão, ele confunde as marcações adversárias com muita movimentação. O Vitória realmente tem uma pérola nas mãos. Se trabalhar bem, deverá ser difícil segurá-lo por mais uma temporada, mas pelo menos poderá ganhar um bom dinheiro. 

Bobô 

Trilogia Millennium

Se você gosta de histórias de suspense bem agitadas, experimente ler os livros da Trilogia Millennium, do escritor sueco Stieg Larson. O primeiro volume, "Os homens que não amavam as mulheres", nos apresenta o jornalista Mikael Blomkvist e a hacker Lisbeth Salander, protagonistas da série. Com estilos e histórias de vida muito diferentes, os dois parecem viver em mundos paralelos até que são contratados para tentar desvendar um mistério de décadas: o assassinato de Harriet Vanger.

O tio dela, Henrik Vanger, um milionário, recebe todos os anos, no aniversário da sobrinha, uma flor. E imagina ser uma provocação feita pelo assassino. O livro é de tirar o fôlego e faz com que você queira sempre ler mais um pouco. 

No segundo volume, "A Menina que brincava com fogo", também é agitado. Desvendado o mistério principal da primeira aventura, a história passa a girar em torno de Lisbeth Salander, uma figura misteriosa, que é acusada de um duplo homicídio. O terceiro volume, "A Rainha do Castelo de Ar", dá continuidade a essa trajetória que envolve um dos maiores segredos da Suécia.

Na minha opinião, o ponto negativo das obras é o excesso de descrições que parecem desnecessárias e causam, por vezes, um certo desinteresse na leitura. O número de páginas de cada um dos livros poderia ser reduzido sem nenhum prejuízo para a qualidade. Pelo contrário. Stieg Larson era bem detalhista, como o seu protagonista Mikael Blomkvist. De qualquer forma, vale a pena ler. 

A série já ganhou versão cinematográfica na Suécia e deverá chegar a Hollywood em breve. Assisti ao "Os homens que não amavam as mulheres" sueco. O livro é muito melhor.

LEANDRO SILVA
é jornalista esportivo e escritor, autor do livro A União de uma Nação, sobre o título brasileiro de 1988, conquistado pelo Bahia, e escreve para o blog www.leandrosilva81.blogspot.com .No twitter @leandrosilva81