Confira matéria interessante, de Jamil Chade, sobre a Fifa e a Copa do Mundo de 2014, publicada no Estadão:
As projeções indicam ainda que mais de 10 milhões de pessoas disputarão os 3 milhões de ingressos que a Fifa colocará à venda para 2014. Se não bastasse, os acordos comerciais fechados pela CBF e Fifa para a Copa de 2014 já batem todos os recordes, acumulando quase R$ 3 bilhões.
Informações obtidas pelo Estado apontam que os contratos de marketing e de tevê fechados pela Fifa para o Mundial já são três vezes superiores aos da Copa de 2006, na Alemanha. Cartolas da entidade revelaram à reportagem que tem dificuldades em lidar com a quantidade de empresas que querem se associar ao projeto.
A Copa deve ser a mais rica da história da Fifa, com receita de US$ 3,8 bilhões. Só em marketing e ingressos, a receita será de US$ 1,6 bilhão.
Na África do Sul, um dos principais problemas da Fifa foi a venda de entradas. Os estrangeiros não apareceram nos números que se esperavam e os sul-africanos compraram apenas de última hora. No final, 98% das entradas foram vendidas de forma suada, rendendo US$ 717 milhões.
Mas o principal filão - a venda de entrada para convidados especiais e a preços altos - foi um grande fiasco. A empresa Match, que comprou os direitos de revender 380 mil pacotes VIP, pagou à Fifa US$ 120 milhões pelo direito de 2010 e de 2014. Nesta quinta, o próprio diretor da companhia, Jaime Byrom, admitiu que sofreu "duras perdas" e que espera que no Brasil a empresa compense os prejuízos com amplos lucros.
A Match admite que já fechou contratos com operadores em todos os principais mercados do mundo e, no dia 31 de outubro, vai levar seus 120 agentes espalhados pelo mundo para anunciar o início da venda ao público. Mas já comemora: a três anos do evento, já vendeu mais que em 2010 e espera para 2014 lucros três vezes mais ao que haviam projetado. "O interesse é total", disse Byrom. "Nunca vimos algo assim", confessou.
Novo quadro. Em 2010, a empresa acredita que a crise financeira não ajudou na venda de entradas. "Se considerarmos esse processo como uma partida, podemos dizer que terminados o primeiro tempo com uma forte perda. Mas temos toda a indicação de que o Brasil será um segundo tempo para feliz para nós'', disse.Para 2014, a empresa que tem como um dos acionistas um sobrinho de Joseph Blatter, já prevê vários novos produtos. O torcedor VIP vai poder escolher entre seguir sua seleção, acompanhar todos os jogos num estádio ou mesmo fechar um pacote para ver todas as partidas das fases finais em São Paulo, Belo Horizonte e Rio.POPULARES Não serão apenas os ingressos VIP que prometem lucros para a Fifa. A entidade prevê uma busca intensa no Brasil por entradas para a Copa e admite que confusões e empurra-empurra ocorrerão nos pontos de venda. Entre 3 milhões e 3,3 milhões de ingressos serão vendidos, a partir de agosto de 2013.Pelo menos 10 milhões de pessoas devem fazer seus pedidos e a Fifa já prevê que seu site seja derrubado quando começar a vender. Na Copa da Alemanha, em 2006, a busca por ingressos foi sete vezes superior à oferta."Sabemos que há um fanatismo grande no Brasil pelo futebol, mas vamos decepcionar muita gente, que ficará sem entradas'', disse Thierry Weil, diretor de Marketing da Fifa.
Na primeira fase de vendas, as pessoas irão se inscrever e um sorteio ocorrerá para definir quem tem o direito de comprar o ingresso. Para ele, os brasileiros não farão como os sul-africanos, que deixaram para a última hora para comprar.
A Fifa prometeu reservar um grande contingente de entradas para brasileiros e que esses ingressos não serão colocados à venda no exterior. Na Alemanha, 65% dos torcedores eram alemães.
Por enquanto, a Fifa se recusa a falar sobre os preços das entradas enquanto a Lei Geral da Copa não for aprovada. Mas garante que será "justa'' com todas as camadas sociais no Brasil. "Nosso objetivo é de atender a todas as camadas sociais no Brasil, inclusive a de renda baixa com preços justos, levando em consideração que se trata de um Mundial'', disse o cartola.
Para chegar a todos os brasileiros, a Fifa ainda montará um esquema de guerra, com mais de 800 pontos de venda pelo País para evitar confusões e um investimento de R$ 100 milhões.
Mas a entidade admite que a paixão brasileira pelo futebol fará mesmo que as filas se formem em cada um dos pontos. Nenhum ingresso será vendido nos estádios.
Bancos ainda serão usados para receber formulários de pessoas que queiram comprar as entradas. Nas grandes cidades, a aposta da Fifa é de que os interessados usem a Internet. Outros métodos usados serão o estabelecimento de call centers e de vendas pelo celular. Para a Copa das Confederações de 2013, os ingressos começarão a ser vendidos no final de 2012.
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