A capa do jornal A Tarde deste domingo (14/8) destaca o ídolo Bobô, relembrando a final de 1988 e dando dicas para o jogo entre Bahia e Internacional deste domingo. Segue o texto de Ricardo Palmeira:
"Já faz tempo que ele trocou os uniformes de jogo pelos ternos de administrador público. Contudo, por dentro da austera imagem de Superintendente dos Desportos do Estado da Bahia, a alma e o coração tricolor permanecem intactos. E basta Bahia e Internacional voltarem a se enfrentar para a figura deste ídolo ser lembrada de novo.
Hoje, às 18h30, pelo Brasileirão, o tricolor recebe o Colorado em Pituaçu. Jogo este que automaticamente remete à final do campeonato de 1988.Falar naquela final é falar de Bobô. Hoje à noite, o ex-jogador será apenas mais um torcedor acompanhando o Esquadrão, e mesmo assim, com a moral de quem foi o herói na conquista do título mais importante da história do Bahia, dá dicas de como superar o forte Internacional.
“É preciso jogar com muita consciência. Não adianta querer ganhar só no grito da torcida. O Inter é um time qualificado, que sabe aliar técnica e força. Espero que o Bahia saiba usar a sua melhor arma, o contra-ataque. É uma válvula de escape que pode funcionar, pois o Bahia é um time muito rápido”, diz.
Para Bobô, apesar de ainda não ser possível falar em um novo título brasileiro, o Esquadrão de 2011 tem tudo, hoje, para dar uma alegria semelhante à de 1988 e bater novamente o Internacional. “O Bahia é favorito. Não só pela fase difícil que atravessa o Inter, mas também por jogar em casa e ter um time muito bom”, afirma o craque, que só tenta se esquivar de uma resposta quando é perguntado sobre quem pode ser o Bobô desta noite.
“Já fui jogador e sei o quanto pesa ter uma grande responsabilidade. Não quero transmiti-la à ninguém. Mas se tivesse que apostar em alguém para decidir o jogo de hoje, apostaria em Jobson, Ávine ou Carlos Alberto. São três grandes jogadores. O Jobson mesmo tem potencial para jogar na Seleção”, avalia. “Agora, para mim, o maior e mais regular craque do Bahia é a torcida. Essa nunca falha. É estádio lotado todo jogo”, emenda.
Coração tricolor
Basta falar da torcida para o coração de Bobô se emocionar. Os quatro títulos (três baianos e um brasileiro) obtidos em cinco anos (1986-89 e 1995-97) como profissional do clube são mais do que suficientes para que ele seja reverenciado onde quer que vá.
“Comecei a amar o Bahia no primeiro dia que pisei na Fonte Nova com a camisa do time. É um clube apaixonante”, diz. “O Brasileiro de 1988, nem que eu quisesse, conseguiria esquecer. Aonde eu vou, aparece um torcedor para me lembrar dele”, complementa.
E é justamente baseado neste calor humano que Bobô manda aquele que considera o seu recado mais importante. “A torcida do Bahia é impressionante. Quem veste esta camisa tem de ter a dimensão da grandeza que ela representa. Nós, em 1988, sabíamos disso e por isso vencemos aquela final. Agora, esta nova geração tem este compromisso: continuar dignificando o clube e dar uma resposta de gratidão à torcida”, finaliza".
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